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segunda-feira, 18 de julho de 2011

O enigma de Sansão.

O enigma de Sansão.


Juízes 14:12-20
“Disse-lhes, pois, Sansão: Eu vos darei um enigma para decifrar; e, se nos sete dias das bodas o decifrardes e descobrirdes, eu vos darei trinta lençóis e trinta mudas de roupas. 13 E, se não puderdes decifrar, vós me dareis a mim trinta lençóis e as trinta mudas de roupas. E eles lhe disseram: Dá-nos o teu enigma a decifrar, para que o ouçamos. 14 Então lhes disse: Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura. E em três dias não puderam decifrar o enigma. 15 E sucedeu que, ao sétimo dia, disseram à mulher de Sansão: Persuade a teu marido que nos declare o enigma, para que porventura não queimemos a fogo a ti e à casa de teu pai; chamastes-nos aqui para vos apossardes do que é nosso, não é assim? 16 E a mulher de Sansão chorou diante dele, e disse: Tão-somente me desprezas, e não me amas; pois deste aos filhos do meu povo um enigma para decifrar, e ainda não o declaraste a mim. E ele lhe disse: Eis que nem a meu pai nem a minha mãe o declarei, e to declararia a ti? 17 E chorou diante dele os sete dias em que celebravam as bodas; sucedeu, pois, que ao sétimo dia lho declarou, porquanto o importunava; então ela declarou o enigma aos filhos do seu povo. 18 Disseram, pois, a Sansão os homens daquela cidade, ao sétimo dia, antes de se pôr o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leão? E ele lhes disse: Se vós não lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma. 19 Então o Espírito do Senhor tão poderosamente se apossou dele, que desceu aos ascalonitas, e matou deles trinta homens, e tomou as suas roupas, e deu as mudas de roupas aos que declararam o enigma; porém acendeu-se a sua ira, e subiu à casa de seu pai. 20 E a mulher de Sansão foi dada ao seu companheiro que antes o acompanhava.”
Definição da palavra ENIGMA:
Dicionário UNIVERSAL da Língua Portuguesa.

do Lat. aenigma < Gr. aínigma, palavra obscura

s. m.,

Descrição metafórica ou ambígua de coisa, tornando-a difícil de ser adivinhada; aquilo que dificilmente se compreende; pessoa cujos actos, procedimento e sentimentos são incompreensíveis; chave do -: explicação daquilo que se não compreendia.


 http://www.priberam.pt/dicionarios.aspx

O Enigma de Sansão lançado à sorte dos rapazes convidados de honra para festa nupcial, exigidos para uma festa. Nos casamentos orientais, este era um direito antigo, que o noivo levasse os rapazes de honra, e como Sansão não levou; estes convidados são fornecidos pelo clã da mulher. É bem verdade que o número 30 é muito grande, talvez a família de Dalila quisesse honrar a Sansão, ou ainda talvez a família da mulher levantasse alguma suspeita dele devido à fama dos seus grandes feitos, sobretudo contra o exército dos filisteus.

Nazireado, um voto não cumprido!
As conseqüências do descumprimento do voto de nazireado por parte de Sansão são as mais drásticas. Todos nós sabemos muito bem que não somente houve nesses dias passados, o mel que saiu dum leão morto, de maneira que uma coisa tão repugnante aos nossos olhos, afinal misturar mel, uma comida a um cadáver, sobretudo sabendo do voto de Nazireado de Sansão que não poderia tocar algo morto (Juízes 14:9 “E tomou-o nas suas mãos, e foi andando e comendo dele; e foi a seu pai e a sua mãe, e deu-lhes do mel, e comeram; porém não lhes deu a saber que tomara o mel do corpo do leão.”, sob pena da lei de ficar imundo por um espaço de tempo à nossa imaginação humana ao lermos este texto. Notamos a total falta de discernimento espiritual de Sansão que pelo voto de nazireado estava proibido terminantemente de tocar ou até aproximar-se de um cadáver, e no entanto ele tomou os favos de mel na sua mão tirando o mel do cadáver do leão. E talvez por isto nada informou acerca da ocorrência da luta com leãozinho não foi informada aos seus pais certamente temendo uma repreensão deles. Vejam o alto preço do pecado da omissão de Sansão, ele poderia esconder algo tão importante dos seus pais, mas não dos olhos de Deus.
Mas há outros aspectos que precisamos mencionar o quão desobediente ao Pacto com Deus e aos seus pais ele foi (Juízes 14:3) “Porém seu pai e sua mãe lhe disseram: Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse Sansão a seu pai: Toma-me esta, porque ela agrada aos meus olhos.”. Sansão tratou a Lei de Deus com somenos importância, não fez caso da Lei, que era contrária ao casamento misto, ele era um Judeu da Tribo de Dã, e tomara em casamento a Dalila uma mulher filistéia, e parece-nos muito familiar esta prática no meio do povo de Deus que em desobediência continua casando-se com pessoas que não são do meio cristão atraindo para os seus casamentos sofrimentos sem igual. Vejam o que diz a Lei: Êxodo 34:16 “E tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se com os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam com os seus deuses.” Vejam também Deuteronômio 7:2-3 “E o Senhor teu Deus as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás não farás com elas aliança, nem terás piedade delas; 3 Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos;”
A Bíblia relata também a história do grande rei Salomão que foi o homem mais sábio que existiu sobre a face da terra; infelizmente, testemunha também que ele se tornou idólatra por indução de suas mulheres prostitutas estrangeiras provenientes de nações idólatras, ele se uniu a elas e também aos seus deuses pagãos, chegando a construir templos a eles. A Bíblia registra que desde os tempos de Moisés, sempre proibiu aos israelitas casarem-se com mulheres estrangeiras.
O Arrependimento de Sansão.
Sansão mudou radicalmente a direção de sua vida executando um ato final verdadeiramente heróico. Seus captores o tinham levado a uma festa celebrada no templo dedicado ao deus pagão Dagon. Aí foi exibido como um despojo, um troféu conquistado, o símbolo altivo do triunfo dos filisteus. Agora servindo de espetáculo aos seus algozes Sansão cego e amarrado foi feito objeto de ridículo e zombaria. Vejam só que espetáculo ridículo sabendo-se que em sua pessoa, o Deus do universo e Seu povo foram publicamente zombados Deus estava sendo vilipendiado por culpa exclusiva de um homem que não foi obediente a Deus, que não foi capaz de guardar segredos, guardas seu próprio enigma. Na hora da angústia extrema, de dificuldades, de medo, perigos, nesse momento crítico, Sansão voltou-se a Deus, lembrou-se Daquele que de fato é Poderoso, pediu perdão por suas ações egocêntricas e rogou para que as forças de seu Deus lhe fossem de novo dadas, desta vez para mostrar que Deus é Deus acima de todos os deuses, e que não há outro deus tão poderoso como o Grande EL-SHADAY. Logo, Deus atende sua oração. Sansão podia sentir o poder de Deus animando-o, restabelecendo sua força na força do Senhor. Abraçou as duas colunas centrais do templo e os puxou com força até que os derrubou. Sansão assim pereceu com 3.000 de seus inimigos, mais uma vez um exército de um homem só prevaleceu na força e no poder do seu Deus dos Exércitos.
Qual é o sentido da vida fora do comum de Sansão?
Certamente sua história é enigmática por causa de suas charadas e do segredo de sua força. Até mesmo seu nome é um mistério. Etimologicamente a palavra hebraica deriva-se de SEMES significa “sol” ou “pequeno sol”, embora outros o liguem com “servir” ou com “forte”. Certamente extraordinária e prodigiosa era sua força mas somente quando o Espírito de Deus se apossava dele, que de fato não era sua força, pois a força descomunal era adquirida do Espírito Santo Deus, logo Sansão na sua própria carne era um indivíduo fracote, tinha músculos, mas não tinha força! A sua força era destinada a cumprir uma missão de liberação divinamente ordenada. Ele só compreendeu isso no último momento da sua existência humana. Em vez de usar sua força para servir, usara-a para ser “pequeno sol”, para se fazer o centro brilhante do espetáculo, isto é próprio do ser humano que quer dividir a glória com o Senhor Jesus O SOL DA JUSTIÇA, Dele sim é a força, a Glória, o Poder para sempre e sempre. É evidente que Sansão não era um psicopata ou um gigante de cérebro vazio, ou um tôlo. Ao contrário, ele era engenhoso, sensível, perspicaz, tinha veia poética (Juízes 14:14, 18 “14 Então lhes disse: Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura. E em três dias não puderam decifrar o enigma. 18 Disseram, pois, a Sansão os homens daquela cidade, ao sétimo dia, antes de se pôr o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leão? E ele lhes disse: Se vós não lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma.”; 15:16 “Então disse Sansão: Com uma queixada de jumento, montões sobre montões; com uma queixada de jumento feri a mil homens.”) e repetidamente escapou das armadilhas dos filisteus (Juízes 16:2, 3 “E foi dito aos gazitas: Sansão entrou aqui. Cercaram-no, e toda a noite lhe puseram espias à porta da cidade; porém toda a noite estiveram quietos, dizendo: Até à luz da manhã esperaremos; então o mataremos. 3 Porém Sansão deitou-se até à meia noite, e à meia noite se levantou, e arrancou as portas da entrada da cidade com ambas as umbreiras, e juntamente com a tranca as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima até ao cume do monte que está defronte de Hebrom.”).
“Ela agrada a meus olhos”.
Há um ponto chave nesta história que gostaria de estudar mais minuciosamente: a questão do olhar. A vista desempenha um papel importante do começo ao fim da vida de Sansão. Enamorou-se da mulher filistéia porque disse: “Ela agrada a meus olhos”, concupiscência dos olhos, a entrada dos nossos sentidos humanos “Então a mulher viu que a árvore tentava o apetite, era uma delícia para os olhos e desejável para adquirir discernimento. Pegou o fruto e o comeu; depois o deu também ao marido que estava com ela, e também ele comeu.”. O mesmo pode ter sucedido com Sansão em relação à prostituta de Gaza. Foi por causa disso que seus inimigos o puniram com cegueira? Ah! Sim, creio que este foi esse o ponto decisivo. Somente naquele momento Sansão pôde olhar para dentro de si mesmo e recuperar o sentido de sua vida e missão. Voltando-se então para Deus, pôde vencer o narcisismo, arrepender-se e mudar de vida, voltando o foco para missão para qual ele nasceu.
Conhecemos bem na Bíblia a história de outro homem: Davi, o homem segundo o coração de Deus, que no momento da guerra deveria estar envolvido na batalha mas não estava. Ele preferiu a ociosidade e passeando um dia pela varanda do seu palácio avistou uma bela mulher, mas era uma mulher proibida, ela era casada, mulher de Urias o seu general. Não nos deteremos aqui pois sabemos que todos conhecem a história e o resultado catastrófico deste olhar de Davi que cobiçou e depois veio a possuir Bate-Seba. O nosso enfoque também é a questão da cobiça do olhar que despertou os desejos proibidos que estavam escondidos no coração do Rei Davi. Esta história retrata os nossos mais íntimos desejos do coração, os homens são assim, movidos pelas carnais paixões.
O paradoxo existencial.
A mensagem bíblica volta-se repetidamente a este paradoxo existencial: castigo convertendo-se em bênção. O modelo básico é o exemplo de Cristo. A cruz, um símbolo de desgraça e humilhação, torna-se o emblema de expiação e redenção. Aqui, a história bíblica é contrária à mitologia. Ao passo que esta termina em tragédia, a outra abre as portas da esperança. O mito leva o narcisismo a seu desfecho fatal, ao passo que a mensagem bíblica nunca exclui a possibilidade de mudança, a Bíblia apresenta Jesus Cristo como a Única Esperança para o homem. Esta é a Divinal providência, contudo, transcende aquele enigma da vida de Sansão, as coisas mais estranhas têm acontecido. Como a morte falou de doçura e satisfação, mas sabemos muito bem de um caso enigmático e singular na história da humanidade, um caso mais Maravilhoso ainda em que a doçura da vida espiritual está relacionada com O HOMEM morto sobre a cruz do calvário no Gólgota.
Se Sansão tivesse vivido hoje teria sido o Hércules das telas cinematográficas e também dos vídeos. Ele certamente foi protagonista de um drama estético, mais do que o símbolo de heroísmo épico retratado nos filmes Superficialmente, sua história começa com exaltadas esperanças e termina em catástrofe, como no mito de Narciso. Importante salientar todavia, que o último ato na vida de Sansão foi um ato de consagração — um ato que mostrou esperança, fé e amor que se sacrifica por Deus e Seu povo. Só nesse momento ouviu ele a Deus. Sansão até então, tinha vivido como “sol” tentando atrair para si mesmo a fama, o destaque, vivendo à margem da transcendência, usando Deus a seu bel-prazer (Juízes 15:18 “E como tivesse grande sede, clamou ao Senhor, e disse: Pela mão do teu servo tu deste esta grande salvação; morrerei eu pois agora de sede, e cairei na mão destes incircuncisos?”). Foi na crise final que ele percebeu a dimensão da fé. Este fato se nos é extremamente intrigante. Saulo de Tarso, também viu a Jesus Cristo quando estava cego por três dias em Damasco (Atos 9:9 “E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu.”) na cegueira dos olhos humanos Paulo viu o Mistério da Igreja gloriosa, o Corpo Místico de Cristo. Que tremendo entendermos isto!
O triunfo da fé.
Estudando a mitologia grega, conhecemos a figura de Narciso que era o deus do amor-próprio, interessado apenas em satisfazer seu prazer, completamente indiferente para com Deus e as necessidades de outros. Ele simboliza no homem, orgulho, vaidade, convencimento e hedonismo. Muito de nossa cultura perpetua refletindo os valores falsos do narcisismo. A sociedade contemporânea em suas vãs filosofias humanas procura congelar a adolescência exorcizar a velhice, idolatrar o prazer e viver no espírito do encanto e da sedução, somos bombardeados pelo cinema, televisão, revistas, internet, com toda sorte de fantasias, compulsões e pulsões, taras sexuais, pedofilia, adultérios, etc. Mas o mito leva às drogas, adultérios, vícios, crimes, tragédia e destruição própria da raça humana cada vez mais degradada, cheia de pulsões e compulsões da carne fomentadas pelo diabo e seus anjos malditos por tudo aquilo que invade a nossa vida.
Em contraste com este mito fatal, a história bíblica de Sansão oferece ao homem deste tempo presente, uma alternativa de fé e esperança. De modo surpreendente, mas apropriado, Sansão está registrado nas Sagradas Escrituras na galeria dos heróis da fé (Hebreus 11:32 “que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas,”). Por quê será? O que era heróico na vida desse indivíduo? Não eram nem suas proezas heróicas em combater os filisteus, nem a força de seu governo, mas o ato corajoso de entregar a vida para a salvação de seu povo. Diferente de Narciso, que sucumbiu ao encanto de contemplar a própria imagem, Sansão foi obrigado a deixar de contemplar a si mesmo a fim de responder ao chamado para o sacrifício. As horas escuras da crise, na sua cegueira, destruíram-lhe o orgulho e fizeram-no cumprir o alvo de sua vida, assumindo seu destino como libertador num gesto final. Preferiu morrer a fim de salvar seu povo da opressão estrangeira. Este é um dos aspectos da morte Expiatória de Cristo, e da sua Kenósis (esvaziar-Se de Si mesmo), Ele preferiu morrer por nós, preferiu a humilhação da cruz à Glória celestial, esta é a prova do Seu Amor
A vida de Sansão nos ensina!
É de fundamental importância que saibamos que neste mundo saturado com o culto do narcisismo, a história de Sansão ensina-nos que nada resta na vida quando se perde o senso de missão, da vocação, do chamamento celestial que Deus tem para cada um de nós. A narrativa bíblica consistentemente realça que o significado da vida pode ser achado em Deus e nEle somente — longe do eu e ancorado em fé, esperança e amor. Algumas coisas que impressionam na história de Sansão narrada nas Sagradas Escrituras: A primeira diz respeito ao ser espiritual que anunciou seu nascimento; segunda, refere-se à multiforme sabedoria de DEUS: O ESPÍRITO SANTO fez de Sansão o exército de um homem só.
Na contra-mão da história moderna do que é veiculado na cultura mundana – mundanité a escravidão do pecado iguala os homens “todos pecaram e destituídos estavam todos da Glória de Deus”, tornando-os imagem e semelhança da torpeza que cometem. São todos iguais na forma de ser e agir os tiranos, os pedófilos, os desregrados sexuais. Por sua vez a liberdade de Deus faz sobressair a individualidade do ente humano. Atente ao que diz o irmão C. S. Lewis: diz que o ESPÍRITO SANTO é como o sal que, preservando a mesma essência, realça o sabor diferenciado dos alimentos como a carne, o repolho, a sopa. Assim também DEUS quando enche a vida de uma pessoa faz sobressair a sua essência e verdadeira individualidade, livre das torpezas do pecado que escraviza e engana.
Houve uma Theofania no Primeiro Testamento, fato é que o próprio DEUS, na pessoa de JESUS, visitou Manoá o pai, e a mãe de Sansão para anunciar o filho e, que o ESPÍRITO DE DEUS tomou Sansão de forma única; jamais se viu nada igual àquilo que DEUS fez da vida dele, a exemplo de ter arrancado as portas de Gaza com ferrolhos e dobradiças. Quem assistiu “Cruzada” e viu as portas de Jerusalém pode ter referencial da façanha que Sansão realizou. Todavia, aquela massa muscular chamada Sansão tinha um ponto fraco: mulheres filistéias. À princípio seria possível inferir, pela força física, que Sansão era xucro, ignorante. Mas não, ele era dotado de inteligência, tanto é assim que foi Juiz em Israel; Sansão elaborava enigmas que os homens frustravam-se na tentativa de decifrar. Depois de sete dias os filisteus só conseguiram saber o significado de um enigma, tema de uma aposta, corrompendo sua recém esposa, então filistéia.
Sansão tinha um ponto fraco, “seu calcanhar de Aquiles”. Seu ponto fraco eram as mulheres, mas não era um maníaco sexual. Em vez de ser derrotado por mulheres, Sansão foi derrotado por sua própria arrogância e narcisismo, e também pela sua compulsão carnal, e falta de domínio próprio. A carne foi o maior gigante que Sansão enfrentou e fraquejou diante da aparência frágil da mulher Dalila, e por ela foi derrotado mais de uma vez. Vemos a astúcia de Dalila, como diz o provérbio popular “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” com “jeitinho” Dalila penetrou nos mais íntimos segredos do musculoso Sansão e o derrotou. A despeito da sua inteligência e “sua força física” Mas foi Dalila quem conseguiu entregar Sansão nas mãos de seus inimigos filisteus – Juízes, Capítulo 16, Versículos 4 a 21: “Depois disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava Dalila. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ela e lhe disseram: Persuade-o e vê em que consiste a sua grande força e com que poderíamos dominá-lo e amarrá-lo, para assim o subjugarmos; e te daremos cada um mil e cem siclos de prata. Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força e com que poderias ser amarrado para te poderem subjugar. Respondeu-lhe Sansão: Se me amarrarem com sete tendões frescos, ainda não secos, então me enfraquecerei, e serei como qualquer outro homem. Os príncipes dos filisteus trouxeram a Dalila tendões frescos, que ainda não estavam secos; e com os tendões ela o amarrou. Tinha ela no seu quarto interior homens escondidos. Então, ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Quebrou ele os tendões como se quebra o fio da estopa chamuscada; assim, não se soube em que lhe consistia a força. Disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim e me disseste mentiras; ora, declara-me, agora, com que poderias ser amarrado. Ele lhe disse: Se me amarrarem bem com cordas novas, com que se não tenha feito obra nenhuma, então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. Dalila tomou cordas novas, e o amarrou, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tinha ela no seu quarto interior homens escondidos. Ele as rebentou de seus braços como um fio. Disse: Dalila a Sansão: Até agora, tens zombado de mim e me tem dito mentiras. Declara-me, pois, agora, com que poderias ser amarrado? Ele lhe respondeu: Se teceres as sete tranças da minha cabeça com a urdidura da teia e se as firmares com pino de tear; então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. Enquanto ele dormia, tomou ela as sete tranças e as teceu com a urdidura da teia. E as fixou com um pino de tear e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Então, despertou do seu sono e arrancou o pino e a urdidura da teia. Então, ela lhe disse: Como dizes que me amas, se não está comigo o teu coração? Já três vezes zombaste do mim e ainda não me declaraste em que consiste a tua grande força. Importunando-o ela todos os dias com as suas palavras e molestando-o, apoderou-se da alma dele uma impaciência de matar. Descobriu-lhe todo o coração e lhe disse: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de minha mãe; se vier a ser rapado, ir-se-á de mim a minha força, e me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. Vendo, pois, Dalila que já ele lhe descobrira todo o coração, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: subi mais esta vez, porque, agora, me descobriu ele todo o coração. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela e trouxeram com ele o dinheiro. Então, Dalila fez dormir Sansão nos joelhos dela e, tendo chamado um homem, mandou rapar-lhe as sete tranças da cabeça, passou ela a subjugá-lo; e retirou-se a sua força. E disse ele aos filisteus vêm sobre ti Sansão! Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez como dantes de me livrarei; porque ele não sabia ainda que já o Senhor se tinha retirado dele. Então, os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer a Gaza; amarraram–no com duas cadeias de bronze, e virava um moinho no cárcere. E o cabelo da sua cabeça, logo após ser parado, começou a crescer de novo.”
O Drama de Sansão.
O drama vivido por Sansão começa com o verbo “afeiçoar”. Isto foi tão forte, o desejo obtido pelo olhar, chegou ao coração e ele afeiçoou-se à Dalila. Embora o celestial propósito de DEUS na vida de Sansão era municiá-lo, armá-lo, com força e poder afim de ser um instrumento de libertação. O Senhor DEUS Todo Poderoso sempre age para libertar seu povo que constantemente é levado a desviar-se rumo ao mal, rumo à escravidão. O jugo de escravidão do povo filisteu sobre Israel era resultado do pecado da nação que clamou a DEUS e arrependeu-se de seus pecados. A resposta de DEUS foi Sansão, filho de Manoá, da tribo de Dã, uma das doze tribos de Israel, aliás desta tribo a Bíblia só registra dois grandes vultos na história do povo de Israel, Débora a Profetiza e também Juíza, e Sansão o homem a quem DEUS dera um segredo; ledo engano pensar que a força de Sansão estava nos seus cabelos compridos. O segredo da sua força era O próprio Deus agindo nele, era se guardar, não revelar, não se expor, este era o enigma para se guardar, não abri o seu tesouro aos amigos e inimigos. O diabo no decorrer da história do povo de Deus sempre quer saber os segredos de DEUS para preservar a porta da liberdade trancada, e para trazer jugo sobre este povo.
Sansão conhecia o poder de DEUS que visitara seus pais anunciando a eles o seu nascimento, ele conhecia a Lei do seu DEUS; sabia da proibição de envolver-se com mulheres estrangeiras e também foi alertado por seus pais para não tomar mulheres estrangeiras (Juizes 14:3), embora tivesse sido desobediente em não guardar o pacto com Deus. Interessante que Sansão cria na sua capacidade de discernimento, ainda que afrontando ensinamentos do DEUS ALTíSSIMO, daí enganar Dalila por três vezes, até ser dobrado pela fragilidade da força da mulher, que aparentemente fraca venceu a sua força. Ele poderia ter desvencilhado dela por três vezes, também teve oportunidade de sair livre. Mas não percebeu que o ESPÍRITO DO SENHOR o havia deixado, que coisa mais triste quando a Glória do Senhor se vai de nós (ICABODE- foi-se a Glória do Senhor). A bem da verdade o ESPÍRITO SANTO, na maioria das vezes em que atua, caracteriza-se pela sutileza e pela suavidade... Até no momento de deixar Sansão e este não percebeu porque estava embriagado de amor erótico por Dalila. Logo podemos perguntar: como Sansão deixou de perceber que Dalila estava mancomunada com os filisteus para lhe entregar, a despeito de haver resistido por tanto tempo? A resposta está em Oséias, Capítulo 4, Versículo 11: “A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento.”
A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma, e dá sabedoria aos símplices. O Soberano DEUS sabe que existe um limítrofe em que o homem consegue deter o controle das próprias faculdades, das próprias convulsões internas que vão se exteriorizando gradativamente como um vulcão entrando em erupção e suas lavas vão se derramando e por onde passa deixa no caminho as marcas da destruição; da mesma forma, sabe que a sensualidade, os desejos e compulsões sexuais eróticos bloqueiam a capacidade de discernir e configura o blackout da razão. Este texto acima associa intimamente a revelação do segredo com a entrega do seu corpo, do seu coração de homem, é do coração do homem que procede o mal, a impureza, a lascívia. Sem nenhuma dúvida esse foi o maior erro de Sansão: Entregou de mão beijada o centro das suas emoções à pessoa errada, a uma prostituta, a uma mercenária. Assim diz o ALTÍSSIMO em Provérbios, Capítulo 23, Versículo 26: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.”
A história afinal da queda de Sansão é apenas e tão somente uma metáfora figurada das conseqüências do pecado do homem carnal. Primeiro vem a cegueira - perda da capacidade de enxergar além do seu próprio nariz. Segundo, a entrega dos membros à escravidão da carne - é como rodar um moinho em círculo, um engenho que é tocado por bois ou jumentos em círculos para moer a cana, para voltar ao mesmo lugar, como pessoas que gravitam em torno da própria miséria, como um cão que come, enfastia, e depois vomita e mais tarde volta ao seu próprio vômito e o come ou ainda como os porcos que mesmo depois de limpos, voltam-se prazerosamente a enlamearem-se, e, enfim, a morte. Porque a paga final do pecado é a morte!

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