Pecados Virtuais: Pecados reais – Parte 2
Perigos que ameaçam os jovens e adultos
Tem coisas que são erradas por si só; é o caso do consumo de drogas. Não pode existir um uso consciente e equilibrado disso.
Por outro lado, há coisas que não podem ser definidas se são certas ou erradas a não ser pelo uso que se dá a elas. A internet é assim, e hoje, veremos como jovens e adultos são tentados a cair em tentação bem diante do computador.
I. O Problema da Solidão
Deus criou o ser humano para se relacionar. Isso faz parte da própria essência do Criador pois Deus é Triúno. Por isso, Deus criou dois gêneros em vez de um só e os chamou macho e fêmea e deixou leis que deveria regular a relação entre um ser humano e outro.
Cristo fez amizades ao ponto de ter amigos mais chegados. No jardim do Getsemani, por exemplo, Jesus chamou seus três mais chegados amigos (Pedro, Tiago e João), para orar com ele. O momento era de extrema aflição pois nosso mestre estava para ser entregue a morte por nossos pecados e queria ser consolado e animado por seus amigos queridos. De fato, como escreveu Salomão, há amigos mais chegados que irmãos (Pv 18.24).
As amizades verdades são constituídas à partir de experiências comuns. Olhar nos olhos (não através de uma webcam), o tato e o fator presencial nunca poderá ser substituído por um contato virtual.
A internet aproxima grandes distâncias, como no caso de amigos ou parentes que moram distantes, por outro lado, se não for usada com sabedoria, pode isolar ainda mais um adolescente ou jovem, por exemplo.
Ter amigos virtuais e conversar com eles pela internet é bom mas não pode substituir absolutamente os relacionamentos pessoais.
II. O problema do Consumismo (1Tm 6.6-10)
Outro problema comum tem a ver com o consumismo e materialismo. Até há alguns anos, homens e mulheres eram profundamente tentados pelas vitrines dos shoppings e de lojas. Hoje, esses vitrines invadem nossas casas através do computador. Além de dezenas de e-mails alertando para “promoções imperdíveis” há de se conviver com todas as propagandas em a maioria das páginas na internet possuem.
Devemos entender o materialismo como sendo “a visão do mundo que coloca a acumulação de coisas materiais no ponto alto do interesse privado e corporativo. A busca da riqueza é vista como o mais alto bem no materialismo.”[1]
Paulo pôde ensinar a respeito do materialismo para Timóteo (1Tm 6.6-10) com grande autoridade porque ele mesmo já havia tido altos e baixos em sua vida ministerial no que tange ao sustento pessoal. “Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. (Fp 4.12-13) O resultado disso foi que ele aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação. (Fp 4.11).
O remédio contra o materialismo conforme narrado por Paulo é o contentamento ou frugalidade. Segundo o Dicionário Houaiss, a palavra frugalidade pode ser definida como “simplicidade, sobriedade de costumes, de hábitos etc.”[2] Foram com palavras muito parecidas que Paulo orientou Timóteo: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” (1Tm 6.8)
A lição direta que tiramos desse texto é que devemos nos esforçar para ter o necessário. Se Deus der mais do que o necessário, devemos ficar tão satisfeitos quanto se ele mandasse somente o necessário. “…não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus. (Pv 30.8-9)
De igual modo Jesus nos ensinou e nos prometeu que jamais nos faltaria o necessário a vida. Primeiro ele nos ensinou que deveríamos orar somente pelo “pão nosso de cada dia” (Mt 6.11). Depois, confirmou este conceito dizendo que se Deus cuida das aves do céu e das flores do campo, não deveríamos nos deixar levar pela ansiedade quando ao alimento e as vestes (Mt 6.25-34). A aflição pelas posses materiais é um comportamento típico dos gentios (Sl 73. 7 e 12), daqueles que não conhecem e não sabem que existe um Deus que zela pelo bem-estar deles. (Mt 6.32). Da mesma sorte alertou Isaías: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares.” (Is 55.2) Com certeza, em vez de termos o coração nos tesouros deste mundo (Mt 6.19), devemos tê-lo em um bem mais duradouro (Mt 6.20-21), fruto de um reino eterno (Mt 6.33).
O uso da internet, portanto, deve vir acompanhado por uma intensa e genuína experiência cristã. Como vimos na lição 5, toda a cultura precisa ser santificada para ter seu uso santo. A internet é um bom exemplo disso.
III. O problema da Pornografia (Fp 4.8)
A atração, em primeiro lugar, é uma questão ligada a natureza decaída do ser humano. A Bíblia afirma que a própria concepção se dá em pecado (Sl 51.5) e por conta disso, o coração é “desesperadamente corrupto” (Jr 17.9).
Por outro lado, o pecado também é uma questão de oportunidade. Há algumas décadas, a pornografia estava restrita a cinemas e mídia impressa. Em seguida, a imoralidade invadiu os lares através da televisão, quer seja pelos próprio canais, ou então através do vídeo-cassete. A facilidade de acesso à pornografia somente aumenta. A televisão a cabo com seus canais fechados e a quantidade de sites imorais revelam isso, como vimos na lição passada.
O fato é que para se ter acesso a pornografia o ser humano tinha muito mais trabalho do que hoje em dia. Antes ele precisava sair de casa, agora não. Antes ele precisava pagar por isso, agora não mais. O universo da indecência está ao alcance de um clique do mouse e para adentrar nele, basta somente um escorregão de fração de segundo; apenas um lampejo de fraqueza.
A luta do cristão, portanto, é árdua. O conselho é: "Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne." (Gl 5.16) Em termos práticos, Paul diz: "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." (Fp 4.8) Ou seja, “levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo." (2Co 10.5)
De uma maneira bastante prática, o cristão pode e deve tomar algumas atitudes bastante simples:
a. Deixar o computador em um lugar da casa acessível a qualquer um. Como o pecado também é uma questão de oportunidade, isso será um fator limitador.
b. Usar o computador com um objetivo. Se você desejava conferir seu correio eletrônico, faça-o e então desligue. Vagar sem rumo pela internet com certeza facilitará sua chegada a lugares pouco nobres.
c. Instale em seu computado programas que impedem acesso a pornografia. Há uma infinidade deles na internet e muitos são gratuitos.
d. Se você já se tornou um viciado em pornografia, peça ajuda a algum conselheiro cristão.
IV. O problema da Infidelidade (Mt 5.27-28;19.9)
Muitos casados têm a preocupante prática de fazerem amizades pela internet com pessoas do sexo oposto e gastarem tempo investindo sua intimidade nesse relacionamento. Há na lição um questionário extraído de uma matéria da Revista Veja que pode servir como uma ferramenta de diagnóstico para determinar se está havendo exageros por parte dos cristãos em seus relacionamentos virtuais.
A infidelidade virtual é um problema que infelizmente tem se tornado muito comum em nossos dias. A infidelidade pode ser virtual mas, como diz o tema da lição, o pecado é real.
Agravando ainda mais, Jesus disse que a infidelidade transcendia o campo da ação e se consumava já somente com as intenções. “Olhar com intenção impura” já é adultério. A infidelidade, portanto, é real e não somente virtual.
Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério. (Mt 19:9) O adultério sempre foi abominável aos olhos de Deus. Nos Dez mandamentos entregue ao povo por intermédio de Moisés, Deus já ordenara sua lei moral: “Não adulterarás” (Ex 20.14; Dt 5.18). A lei civil do povo tratava o adultério como crime cuja pena era morte por apedrejamento (Lv 20.10, compare com Dt 22.21-24).
Na concepção de muitos cristãos, parece que Jesus endureceu muito mais esta lei: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.” (Mt 5.27-28) Muito embora haja a conjunção adversativa “porém” neste texto que parece indicar uma mudança da lei do Antigo Testamento para as palavras de Jesus, não é esta a melhor compreensão. A cláusula adversativa não contrapõe a Lei mosaica com o mandamento de Cristo, mas sim a interpretação que os judeus davam para o que havia sido revelado no Antigo Testamento. Os judeus entendiam que suas mulheres eram suas posses assim como se fossem objetos ou animais e que adultério só poderia ser cometido pela mulher. O homem, segundo a concepção deles, não adulterava ao ter relação com uma prostituta. O caso da mulher adultera ilustra bem esta mentalidade (Jo 8.1-11). A mulher havia sido flagrada em adultério (8.3-4), mas nada se diz do paradeiro do homem que com ela estava.
O verbo hebraico para exprimir a lei “Não adulterarás” é uma forma extremamente rara no Antigo Testamento que denota não somente “relação sexual ilícita” mas toda uma ética matrimonial. Jesus então explicou que o entendimento que os judeus tinham a respeito do assunto estava errado e trouxe a luz o verdadeiro espírito da lei divina, como ela sempre deveria ter sido interpretada. Jesus deixa bem claro: “qualquer que olhar”. Ou seja, qualquer um, e não somente a mulher é passível de ser enquadrado como adúltero. A própria lei mosaica já seria suficiente para este entendimento mais grave do adultério, pois, o décimo mandamento determina a proibição de cobiçar a mulher do próximo. Não seria isso exatamente o que Jesus havia dito?
Jesus, portanto, resgatou a lei veterotestamentária: “Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera.” (Lv 20.10)
Os prejuízos que o adultério traz para o casamento são incontestáveis: “O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo que
Conclusão
Por conta de todas as ameaças apresentadas, alguns chamam a internet de “infernet”. De fato, os perigos são muitos mas através dela podemos ter acesso a muitas bênçãos também como diversas versões de bíblias, estudos e oportunidade de divulgar suas idéias.
A internet, em última análise, somente revelará a santidade que existe no resto de sua vida. Se você busca a santidade, o uso da internet será santo; se não, seu computador refletira isso também.
Em último caso, se você não conseguir e jeito nenhum se controlar, é melhor abandonar seu uso: "E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno." (Mt 5.30)
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